Com o Outubro Rosa se aproximando, muitas empresas fazem eventos "pra pacientes", mas as pacientes são meras coadjuvantes.
Sempre que eu vejo que um evento foi feito "pra pacientes", eu busco ver a programação. Na sua maioria, são palestras de interesse do paciente e importantes mas, na grade, só vejo profissionais de saúde falando - ou, ao menos, 10 minutos para uma paciente dar o depoimento presencial ou em vídeo.
Na minha experiência prática, tanto de assistir quanto de criar eventos, uma iniciativa para pacientes precisa ter espaço para que esse público tenha, pelo menos, parte do protagonismo.
Vou explicar o motivo pelo qual estou fazendo esse questionamento.
Primeiro, quero deixar claro que tenho absolutamente nada contra profissionais de saúde, ao contrário!
Mas quero evidenciar que sim, existe uma ligação real e inexplicável entre pacientes oncológicas. A grande maioria delas, pelo menos, necessita de algum tipo de troca com outra paciente, com quem sentiu na pele o que ela sente e sentiu. É a representatividade, a inspiração, o reconhecimento.
Eu realmente vejo isso na prática há quase 13 anos, desde que comecei o blog. Confirmei isso em 2018 e 2019, nas duas edições do evento Papo de Câncer, que criei junto com Carol Magalhães. Lotamos o auditório nessas duas vezes, para que pacientes e familiares pudessem nos ouvir e trocar experiências conosco. Somente pacientes no palco, sem a presença de profissionais de saúde. Só nós e pronto. Deu muito certo! Essa foi uma experiência pioneira aqui em Salvador (pelo menos).
Ah, se todas as empresas soubessem como isso pode ser benéfico em vários sentidos - financeiramente falando e como visibilidade da mídia também - com certeza todo mundo ia aderir. Mas, infelizmente, isso não acontece tanto quanto poderia.
Só espero que, em um curto período de tempo, as Instituições percebam que o melhor case de sucesso é empoderar a paciente e criar espaços de protagonismo. Isso faz com que as pacientes mais recentes vejam mais claramente os exemplos de superação e encarem o tratamento de forma mais leve, com mais esperança.
Vamos seguir em frente, tentando conscientizar!
Até a próxima e me siga no @maonamama
Beijos
Paula
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